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Rembrandt Van Rijn
José acusado pela mulher de Potifar, 1655, óleo sobre tela, 106 x 98 cm. National Gallery de Washington - Estados Unidos: http://www.nga.gov
 

José acusado pela mulher de Potifar

A história de José acusado pela mulher de Potifar pertence ao Gênesis, Antigo Testamento. A essência do episódio é a falsa acusação que José, escravo hebreu, recebe da mulher de seu amo de que ele estava tentando violá-la, quando, na realidade, ela não havia obtido sucesso ao assediar José na ausência do marido. O aspecto falsário do conteúdo da temática é revelado pela forma como Rembrandt posicionou os personagens e enfocou a luz, lembrando uma cena teatral. O pouco detalhamento do espaço - diferente dos quartos das representações renascentistas, ver Quarto - e a grande dramaticidade, são definidas pela iluminação, que também é o elemento visual que conduz a narrativa deste quadro.

A figura de José recebeu a luz necessária para afirmar sua inocência e serenidade. Mesmo injustamente acusado, sua alma se encontra na paz de sua fé, pois sabe que qualquer manifestação para se defender seria em vão. Entrega seu destino ao bom senso do amo ou às mãos de Deus.

A protagonista, falsa e forçadamente perplexa, foi salientada pela luz. Sua figura está entre os dois homens: o jovem, que a rejeitou, e o marido, que é a sua realidade. Os diversos aspectos psicológicos que decorrem da relação do casal, da mentira à solidão, como também a passividade de José, estão expressos pela luz e pela cor. José é uma figura sem contrastes enquanto a mulher, iluminada mais fortemente, gesticula falsamente sua aflição.

Potifar, o coadjuvante, foi posicionado numa zona mais sombria - resta-lhe fingir acreditar na esposa. A tristeza e decepção, em função da atitude da mulher, é visível em todo o seu corpo. Observa-se no quadro a importância que Rembrandt dá ao corpo de seus personagens como instrumento para traduzir os sentimentos de cada um.

A cor foi trabalhada num conjunto harmônico, em tons ressaltados pela luz, sobressaindo-se a capa vermelha de José que a mulher aponta a fim de provar sua acusação. A capa é um elo visual entre o casal e José e um importante elemento para o aspecto pictórico da obra (ver Masmorra). Há também uma grande área escura que colabora com a definição do foco da cena e de seus elementos significativos. Para Rembrandt, os recursos do claro-escuro eram os mais apropriados para expressar as qualidades pictóricas e os valores espirituais. Assim o fez ao longo de sua vida, observando as características e os mistérios da natureza humana e a melhor forma de expressá-los plasticamente.

Em A Mansão de Quelícera a obra aparece como quadro no Quarto (ver Apropriação). Não é, porém, um quadro como os demais da Mansão, pois esconde um segredo, uma chave útil para o deslocamento do jogador.

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Atualização em 30/01/2006.

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