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Diego Velázquez
O Bobo da Corte Sebastián Morra, 1644, óleo sobre tela, 106 x 81 cm. Museu do Prado - Espanha: http://museoprado.mcu.es
 

O Bobo da Corte Sebastián Morra

O personagem aqui retratado foi um dos anões da corte espanhola da época de Velázquez. Com origem na tradição caridosa medieval, as cortes européias do século XVII costumavam incorporar pessoas excluídas do contexto social (por deficiências e limitações físicas ou psicológicas), especialmente os anões, para atuarem como truões (palhaços) e bobos da corte. Na rigorosa corte de Felipe IV, estes personagens tinham a liberdade de parodiar sobre os fatos e burlar as regras de etiqueta da época. Como não eram levados a sério, acabavam novamente excluídos e humilhados em suas atuações.

O retrato (ver Retratos) foi o principal tema da pintura de Velázquez enquanto pintor da corte. Seus retratos reais (oficiais) eram discretos, sem penetração na vida interior dos membros da família real. A altivez do rei era cuidadosamente retratada pelo artista. Já nos retratos de anões, o artista buscava revelar a dignidade daqueles homens. Não os tratava com ironia, nem de forma caricatural. Estes retratos vão além da representação de sentimentos interiores, característica do
Barroco, e alcançam a individualidade daquele que esteve diante dos olhos do artista.

Nos retratos de anões, por estarem fora do contexto oficial da corte, Velázquez trabalhava com maior liberdade na elaboração, experimentando fundos e soluções espaciais diferentes.

Aqui Velázquez buscou a melhor posição para o seu personagem, a fim de enfatizar o espírito humano que pretendeu mostrar. O foco da composição está no rosto do personagem, as pequenas pernas perdem força de expressão, mas as mãos defeituosas estão cuidadosamente acomodadas e ressaltadas. A luminosidade da pele realça sua expressão, salientando seu olhar, dirigido fixamente ao espectador, com seriedade. Um olhar que canaliza a força interior e a dignidade do personagem. A idéia de degradação da natureza humana e a piedade estão ausentes nesta obra. A luz que penetra o espaço reflete em sua roupa colorida (ver Iluminação). A pincelada se apresenta solta, característica do período maduro da carreira do artista, formando manchas de cor e luz - como podemos observar na sola dos sapatos.

Este retrato foi citado no jogo A Mansão de Quelícera (ver Apropriação) como quadro, no Porão. É uma peça importante para aqueles que escolhem jogar com o personagem Raul, já que é moeda de troca em uma negociação com o habitante Anão.


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Atualização em 30/01/2006.

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