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Pieter Bruegel “O Velho”
O Triunfo da Morte, 1562, óleo sobre tela, 117 x 162 cm. Museu do Prado – Espanha: http://museoprado.mcu.es/muerte.html
 

O Triunfo da Morte

Durante a Idade Média e início da Idade Moderna pragas, epidemias e guerras religiosas e políticas assolaram a Europa. Falou-se em "castigo divino", como se não houvesse possibilidade de salvação para a humanidade. Uma das formas em que esta visão apocalíptica do futuro proliferou-se foi A Dança da Morte: uma temática do imaginário popular medieval que gerou inúmeras manifestações populares, como a cerimônia realizada nos fundos da igreja (cemitério) no século XIV, que era acompanhada por sermões falando do caráter impiedoso da morte. Os principais personagens eram "a vítima" e "a morte" (representada por pessoas vestidas com uma roupa preta e justa, sobre a qual eram pintadas as linhas de um esqueleto, e usando uma máscara de caveira). Em todos os casos a morte triunfava ao final, ceifando a vida da vítima (ver Ciclo da Vida).

Na Florença do século XVI este ritual perdeu um pouco da ênfase moralizante, tornando-se uma cerimônia mais aberta e festiva. O Triunfo da Morte, de Bruegel, mostra que nos Países Baixos a influência da tradição medieval manteve-se forte mesmo no século XVI. Vemos aqui o exército da morte avançando sobre uma paisagem sóbria, exterminando tudo, deixando apenas destruição e desolação.

As cores quentes, sobretudo o ocre, acentuam ainda mais o aspecto infernal da imagem. Os tons brancos e vermelhos, que salpicam a imagem em vários pontos, criam contrastes que só acentuam a dramaticidade da cena. O ângulo do olhar do espectador, direcionado ao chão, reafirma a visão apocalíptica da imagem. Nesta obra, o conteúdo moral é o da morte impiedosa, que assola a todos, sem distinção de classe ou posição social - o rei, o bispo, o plebeu, os amantes, ninguém escapa. É impactante a figura da morte, que aparece sobre um cavalo esquelético bem ao centro da obra com uma foice na mão e em posição de ataque. É possível, inclusive, que Bruegel tenha recebido influência de algumas gravuras sobre esse tema, criadas por Holbein no século XV, bastante reproduzidas em sua época.

Bruegel mantém nesta obra a fragmentação, característica da obra de Bosch: o tema é mostrado através de muitas cenas episódicas e a multiplicação de pequenos objetos ocupam a vastidão do espaço representado. Existem semelhanças entre os dois artistas também na iconografia, pois ambos bebiam do mesmo imaginário medieval. Apesar das semelhanças com Bosch, o horror presente no realismo de Bruegel é algo que o seu antecessor não alcançou.

Na mansão de Quelícera esta imagem foi apropriada (ver Apropriação) como fundo para um dos possíveis fins trágicos dos personagens do jogo. Na Masmorra, por um pequeno deslize de conduta do jogador, seu personagem cai neste espaço infernal, que é mostrado como uma dimensão paralela aberta a partir de um portal.

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Atualização em 30/01/2006.

Apresentação do Site do Educador

 


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