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Hans Holbein, o Moço
(1497/98-1543), Augsburgo – Alemanha.

O século XVI foi marcado pela Reforma Protestante. Na Inglaterra, diferente de outros países da Europa, em que a revolta contra a Igreja se deu a partir de agitações populares, a ruptura com a Igreja Católica estava relacionada com o divórcio do rei Henrique VIII de sua primeira esposa. Após seu segundo casamento, o rei foi excomungado pelo papa e passou a chefiar a igreja inglesa a partir das doutrinas protestantes. A Reforma proibia a presença de imagens nas igrejas que serviam à idolatria (ver Claustro). Assim, a arte dos países setentrionais da Europa passou a atender funções sociais diferentes das que tinha na região católica. Nas regiões onde continuou o sistema monárquico, a corte foi o principal patrono da arte, e as pinturas grandiosas de temas mitológicos e históricos tinham espaço garantido. Paralelamente, nas regiões organizadas em províncias, houve a consolidação de novos temas de aspecto singelo: os retratos (tanto de nobres como de burgueses) e as cenas do cotidiano das casas e quintais (que no século XVII seria denominado pintura de gênero), além das alegorias. Além disso, tanto no norte como no sul europeu, os artistas seguiram desempenhando funções das oficinas artesanais medievais, como o desenho de móveis, vestuários, decorações e ilustração de livros.

Nesse contexto diversificado, Holbein atuou e destacou-se dentro do gênero do retrato. Ao viajar à Suíça, conheceu e retratou o humanista Erasmo de Roterdã, que o recomendou ao filósofo Sir Thomas More. Este o introduziu na corte de Henrique VIII, onde foi nomeado pintor oficial. Entre as personalidades por ele retratadas nesse período, citamos Os embaixadores e Retrato de Nikolaus Kratzer.

Em seus primeiros retratos, Holbein preocupo-se em demonstrar um virtuosismo brilhante. Suas figuras eram pintadas em seu ambiente profissional, juntamente com os seus pertences, indicando seu status social. Já em retratos posteriores, buscou suprimir elementos, fazendo o espectador concentrar-se na expressão do retratado. A composição dessa época mostra-se segura, em equilíbrio perfeito, nada é deixado ao acaso. Fica evidente a influência que recebeu do classicismo do estilo renascentista. Mesmo com toda a frieza aparente da obra, quanto mais se observa, mais se revela a mentalidade e personalidade do personagem retratado - ver Henrique VIII.

Os personagens, objetos e instrumentos pintados por Holbein são de um naturalismo impressionante. Hockney defende que, a partir do século XV, essa precisão passou a ser atingida através da utilização de lentes e espelhos, a fim de refletir a realidade e projetar nas telas imagens que seriam, depois, pintadas. Hockney afirma que esta técnica foi utilizada por artistas desde 1430, incluindo Holbein.



>> Completo banco de imagens com boa resolução, alguns comentários de obras (em inglês): http://www.wga.hu/frames-e.html?/html/h/holbein/hans_y/

>> Lista de links para museus que apresentam obras do artista (em inglês):
http://www.artcyclopedia.com/artists/holbein_the_younger_hans.html

>> Pequena biografia, banco de imagens e links para outros sites (em espanhol):
www.artehistoria.com/historia/personajes/2244.htm

>> Texto sobre exposição de Holbein na Casa de Maurício, Haia/Holanda (em português): http://www.rnw.nl/parceria/html/cu031024holbein_haia.html



Atualização em 17/01/2006.

Apresentação do Site do Educador

 


Retrato de Nicolas Kratzer


Henrique VIII


Os Embaixadores