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Caspar David Friedrich
(1774, Greifswald – 1840, Dresde/ Alemanha)

Durante séculos, com maior ou menor intensidade, a arte européia esteve associada à estética clássica. O cenário no qual o Romantismo surgiu já não comportava os fundamentos da cultura da Antigüidade. A concepção romântica de mundo trouxe um novo comportamento, onde a expressão dos sentimentos, dos conflitos interiores e da espiritualidade requeria uma nova forma de conceber a arte. Mas o artista romântico inovou muito mais na temática do que na forma plástica (principalmente quando contrastada com a arte simbolistas, ver Redon). Preocupou-se com seu próprio tempo e retirou dele os temas que lhe diziam respeito e o afetavam. Repudiou a ênfase heróica dada às temáticas históricas dos períodos classicistas e mostrou o lado do oprimido. Valorizou temas até então secundários, como a paisagem e a criança. A obra passou a ser entendida como uma janela aberta para o invisível, onde são encontrados conteúdos de uma experiência subjetiva.

Desde cedo a paisagem apareceu nas obras de Friedrich através da temática marítima. O artista cristalizou momentos paisagísticos de grande diversidade cromática e luminosa, mas, acima de tudo, que revelam os mistérios da natureza, em imagens que mostram o homem submetido a esse domínio, expresso por mares e céus incomensuráveis, pela quietude de horizontes inacessíveis, pela comunhão de fenômenos naturais com elementos plenos de significados e simbolismo, seja através de uma cruz ou árvore - como em Árvore dos Corvos.

Como muitos artistas românticos, Friedrich buscou expressar o transcendental e o espiritual fora do terreno religioso e da iconografia cristã. No ambiente protestante que viveu, desprovido de representações plásticas de santos e cenas religiosas (ver Claustro), buscou a experiência do sagrado e absoluto no mundo profano. A experiência do transcendental desloca-se da Igreja, de seus dogmas e ritos, para o campo secular, principalmente para o âmbito da natureza.

Nos fins do século XVIII e início do XIX, o Gótico é revalorizado e sua estética ressurge como expressão da natureza. Friedrich serviu-se de elementos da cultura gótica para criar imagens que são verdadeiras fronteiras entre o natural e o sobrenatural. Por exemplo, a imagem da igreja gótica torna-se ali tradução simbólica da floresta, com seus aspectos orgânicos e naturais, em todo o seu misticismo.

O artista romântico faz da pintura um espaço de experiência espiritual, buscando em sua própria alma o inexplorado e transformando essa vivência em linguagem. "A lei do artista é seu sentimento", dizia Friedrich. Os posicionamentos políticos e pessoais do artista, unidos a sérios problemas de saúde, trouxeram dificuldades em sua convivência na sociedade e abalaram muito sua reputação artística. Sua obra só voltou a ser valorizada no começo do século XX, quando a arte sofreu radicais mudanças em seus conceitos.

 

>> Banco de imagens completo, com alguns comentários e ótima resulução de visualização (em inglês): http://www.wga.hu/frames-e.html?/html/f/friedric/

>> Exposição especial no The Metropolitan Museum of Art em 2001. Inclui várias informações sobre o artista, imagens de diversas obras que fizeram parte da exposição.(em inglês)
http://www.metmuseum.org/special/Caspar_David_Friedrich/moonwatchers_more.htm

>> Lista de links para museus com obras do artista (em inglês):
http://www.artcyclopedia.com/artists/friedrich_caspar_david.html

>> Biografia e completo banco de imagens (em espanhol)
http://www.artehistoria.com/genios/pintores/1974.htm



Atualização em 17/01/2006.

Apresentação do Site do Educador

 


Árvore dos Corvos