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Paul Cézanne
Pirâmide de crânios, 1900, óleo sobre tela. Grand Palais Exhibition, Paris – França: www.rmn.fr
 

Pirâmide de crânios

Cézanne sempre teve como seu propósito artístico e razão de vida o refúgio. Nesse sentido, a arte foi uma necessidade para Cézanne. Nada em sua vida foi motivo suficiente para afastá-lo de suas próprias buscas. Ele fazia do ato solitário da criação uma preferência e uma condição básica para seguir sua própria intuição. Ao mesmo tempo, o isolamento em que se confinava atestava a sua dificuldade, quase uma incapacidade, de desenvolver uma convivência social mais profunda. Teve uma companheira, que conheceu em 1869, e manteve essa relação, assim como o nascimento de seu único filho, em segredo da família (em especial de seu pai) por longo tempo. Como gostava de ir pintar em diferentes localidades, sua mulher e filho moravam sozinhos boa parte do tempo. O distanciamento do casal foi inevitável. Certamente, além da angústia de suas indagações artísticas e a procura de respostas desconhecidas, a dificuldade de relacionamento social, a morte de seu pai (1886) e de sua mãe (1898) também repercutiram em momentos de forte angústia ao longo de sua vida. Mas esta solidão lhe possibilitava uma completa disponibilidade para sua arte.

A presença do crânio na obra de Cézanne, por coerência com sua própria história de vida, é, antes de mais nada, uma Natureza-Morta. Ela não recebe aqui o enfoque dado por Weyden em Caveira e crucifixo ou em outras alegorias da morte (ver Ciclo da Vida). No entanto não podemos desconsiderar o fato de Cézanne ter escolhido o crânio humano como tema de algumas de suas obras. Esta escolha ganha maior significado quando pensada a partir dos conflitos internos vividos pelo artista. A caveira atua aqui como símbolo de suas angústias, tanto as existenciais quanto as inerentes ao ato de criação.

Pìrâmide de crânios surge como um exercício formal. As pinceladas de cor parecem rápidas, e com elas o artista constrói as formas, organiza a pirâmide. Na estrutura sólida que resulta da composição de seus quadros, é que Cézanne traz à luz a matéria invisível a partir da qual começou sua incessante busca criadora, de "penetrar o que se vê diante dos olhos".

As caveiras de Cézanne foram apropriadas para o jogo A Mansão de Quelícera e estão espalhadas pelas salinhas da Masmorra.

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Atualização em 30/01/2206.

Apresentação do Site do Educador





Mulher com cafeteira



A montanha de Saint Victoire


Natureza morta com maçãs e laranjas