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Hans Holbein, o Moço
Retrato de Nicolas Kratzer, 1528, óleo sobre madeira, 83 x 67 cm. Museu do Louvre – França: www.louvre.fr
 

Retrato de Nicolas Kratzer

Com a queda do feudalismo, acendeu e consolidou-se uma grande classe média letrada, parte dela vinculada às cortes. Eram intelectuais - artistas, alquimistas, astrônomos, filósofos - que, de uma forma ou de outra, prestavam serviços aos reis. Nicolas Kratzer (1486-1550) foi um exemplo. Vinculado à corte de Henrique VIII, atuou como astrônomo e construtor de instrumentos de medições astronômicas. Seu retrato, aqui mostrado, representa claramente este seu ofício e, com isto, demarca o seu status social. Holbein insere em sua pintura um fragmento do cotidiano profissional de seu personagem. Kratzer encontra-se em sua oficina, concentrado em sua função, junto de suas ferramentas e de aparelhos que ele próprio construiu, como o quadrante e o relógio solar cilíndrico, que se encontram na prateleira à esquerda da pintura. No momento em que foi retratado, estava confeccionando um relógio solar poliedral - esse caráter momentâneo da cena pode ser percebido pelo aspecto inacabado do instrumento que segura em suas mãos. Sobre a mesa, a sua frente, diversas ferramentas (tesoura, martelo, réguas) acompanham o construtor em seu trabalho.

Holbein reproduziu de forma primorosa e com uma precisão científica os instrumentos e ferramentas que se encontram junto ao astrônomo. Fica claro aqui, mais do que a influência do naturalismo setentrional, mas um virtuosismo que o destaca, mesmo quando comparado aos seus contemporâneos da região setentrional do continente europeu, como Weyden e Memling. Ainda, por mais que a influência do classicismo renascentista esteja presente na austeridade de algumas imagens de Holbein, o aspecto instantâneo da obra aqui comentada introduz neste retrato o germe anti-classicista que caracterizou o estilo artístico posterior a sua época, denominado pelos historiadores de Maneirismo.

No Porão de A Mansão de Quelícera encontramos a imagem desta obra apropriada (ver Apropriação) e re-apresentada como um quadro na parede. No jogo a imagem aparece incompleta, fazendo uma analogia com a incompletude da ação de Kratzer no momento em que foi representado por Holbein. As mãos do personagem estão vazias, sem o instrumento astronômico. Este objeto está em um local deste cenário desmontado, e o jogador precisa resolver essa situação para poder ter acesso a outros ambientes da Mansão.


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Atualização em 30/01/2006.

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